quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É preciso saber preservar-se: a mais dura prova de independência

Ultimamente tenho andado distante, imerso no mundo da magia, da cientificidade e da minha renovante loucura alucinante. Portanto desconectado do mundo real. Desculpa a ausência, mas ela faz parte de um novo encontro. Tenho lido algumas coisas e uma delas resolvi partilhar para que possamos nos preservar.

NIETSCHE, Frederich Wilhelm. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Tradução, nota e prefácio Paulo Cezar de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. P 43.

Ai vai, cuidado ao ler!!!

É preciso testar a si mesmo, dar-se provas de ser destinado á independência e ao mando; e é preciso fazê-lo no tempo justo. Não se deve fugir as provas, embora sejam por ventura o jogo mais perigoso que se pode jogar, e , em ultima instancia, prova de que nos mesmos somos as testemunhas e os únicos juizes.
- Não se prender a uma pessoa: seja ela a mais querida. Toda pessoa é uma prisão, e também um canto.
- Não se prender a uma pátria: seja ela a mais sofredora e necessitada. Menos difícil é desatar de uma pátria vitoriosa o coração.
- Não se prender a uma compaixão: ainda que se dirija a homens superiores, cujo martírio e desamparo o acaso nos permitiu vislumbrar.
- Não se prender a uma ciência: ainda que nos tente com os mais preciosos achados, guardados especialmente para nós.
- Não se prender ao seu próprio desligamento, ao voluptuoso abandono e afastamento do pássaro que ganha sempre mais altura, para ver mais e mais coisas abaixo de si: o perigo daquele que voa.
- Não nos prendermos as próprias virtudes e nos tornarmos, enquanto todo vitimas de uma pessoa particularmente: o perigo por excelência para as almas ricas e superiores, que tratam a si mesmos prodigamente, quase com indiferença exercitando a liberalidade ao ponto de torna-la um vicio.


É preciso saber preservar-se: a mais dura prova de independência.

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